Os hidrocolóides são curativos contendo agentes semipermeáveis de poliuretano em formato de placas gelatinosas com partículas hidroativas de carboximetilcelulose sódica (NaCMC), pectina e gelatina.

Fonte da Imagem: https://www.tradeindia.com/fp4015866/Hydrocolloid-Wound-Dressing.html

São normalmente embalados em placas de filme ou espuma de poliuretano, auto adesivas algumas e impermeáveis à água na face oposta à ferida.

De acordo com cada fabricante, a superfície de contato com a ferida pode apresentar variações. 

Estão disponíveis em placas mais finas ou mais espessas em múltiplos formatos com vistas à topografia da ferida.

De acordo com cada fabricante, a superfície de contato com a ferida pode apresentar variações.

Estão disponíveis em placas mais finas ou mais espessas em múltiplos formatos com vistas à topografia da ferida.

Pode ser encontrado também em forma de pasta ou gel que podem ser empregadas também para preenchimento de algumas feridas cavitárias.

Os Hidrocolóides atuam por interação com os exsudatos formando um composto úmido gelatinoso entre o curativo e o leito da úlcera; este composto propicia o desbridamento autolítico, otimizando assim a formação do tecido de granulação.

Por outro lado, acredita-se que, proporcionando uma cobertura das terminações nervosas presentes no leito das feridas, os hidrocolóides também auxiliam na diminuição da dor, muito embora os mecanismos que lhes conferem esse atributo ainda não estejam bem elucidados. 1
Segundo Thomas S e cols.2, em estado intacto, os hidrocolóides são impermeáveis aos vapores de água, mas com o processo de gelatinização no leito da ferida, o curativo se torna progressivamente mais permeável.

A perda de água através do curativo aumenta sua capacidade de contribuir com a formação do exsudato.

Por ocasião de sua retirada percebe-se a presença de componente líquido parecido com pus e a emissão de odor característico às vezes bastante intenso. Convém esclarecer o paciente que pode achar que a ferida piorou. Os hidrocolóides diminuem os eventos infecciosos na medida em que oferecem certa barreira bacteriana. Outrossim, é preciso estar atento para a possibilidade de proliferação de anaeróbios em determinados pacientes.

Baseado no princípio de que o mais importante não é o que se põe na ferida (pomadas, curativos, etc), mas o que se tira delas (necrose, infecção, pressão, etc), nos casos acima foram usados calçados com palmilhas customizadas para pé de diabéticos com neuropatia.

Indicações principais:

  • Curativo primário ou secundário em feridas com exsudato mínimo ou moderado.
  • No formado gel ou pasta pode ser aplicado em feridas tunelizadas.

Vantagens:

  • Propicia desbridamento autolítico
  • Dificulta a invasão bacteriana
  • Pode reduzir a dor
  • Fácil de aplicar e auto aderente ao entorno
  • É de fácil modelagem ao local e não adere ao leito úmido da ferida
  • Capacidade de absorção de leve a moderada
  • Pode ser utilizado criteriosamente sob terapia compressiva
  • Reduz o trauma em áreas sob terapia compressiva – às vezes usamos para proteger saliências ósseas e tendinosas onde não há ferida (uso off label)
  • Pode ser cortado
  • A troca pode ser feita de 03 a 07 dias (de acordo com as características da ferida e o volume de exsudato)

Desvantagens:

  • Pode aderir fortemente à pele com possibilidade de trauma ao ser removido, razão pela qual sua remoção deve ser feita com os devidos cuidados. Atenção especial quando aplicado sobre pele friável.
  • Com o calor e a fricção, amolece e perde o formato
  • Pode provocar hipergranulação (granulação hipertrófica)
  • Não aplicável em feridas com espaços cavitários (exceto no formato pasta)
  • Os hidrocoloides em contato com o exsudato podem exalar um odor desagradável que lhe é peculiar e isto, ás vezes, é referido pelo paciente. Cabe ao assistente distinguir e diferenciar do odor característico de infecção.

Obs.: Os hidrocolóides já são conhecidos e utilizados há mais de 20 anos e, segundo Sasseville e cols., apesar de raros, alguns podem provocar dermatite de contacto na pele do entorno decorrente de substâncias usadas para conferir maior adesividade ao curativo.

Desaconselhável em:

  • Queimaduras e feridas secas
  • Feridas com exsudato abundante
  • Feridas com franca infecção
  • Pele do entorno da ferida: muito friável, com eczema ou muito macerada
  • Feridas com exposição de músculos, tendões ou estruturas ósseas
  • Alguns fabricantes desaconselham o uso em vasculite ativa

Produtos usados em nossa experiência:

  • DuoDERM® CGF® Dressing – ConvaTec
  • 3M™ Tegaderm™ Hydrocolloid Dressing – 3M Health Care
  • Comfeel® Plus Ulcer Dressing – Coloplast Corp.
  • Cutimed® Hydro B (Border) – BSN medical, Inc.
  • NU-DERM™ Hydrocolloid DressingKCI – An Acelity Company
  • Suprasorb® H – Lohmann & Rauscher

Leituras recomendadas:

1. Nemeth AJ, Eaglstein WH, Taylor JR, et al. Faster healing and less pain in skin biopsy sites treated with an occlusive dressing. Archives of Dermatology, Vol 127, November 1991, pp 1679- 1683.

2. Thomas, S., Hydrocolloids Journal of Wound Care 1992:1;2, 27-30

3. Sasseville D, Tennstedt D, Lachapelle JM: Allergic contact dermatitis from hydrocolloid dressings. Am J Contact Dermat 1997 Dec;8(4):236-238

4. Hess CT: Clinical Guide Wound Care (Fifty Edition). Lippincott Williams & Wilkins – 2005

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