Iodosorb

Durante muitos anos – eu diria, décadas – usamos produtos com Iodo para limpeza, assepsia e antissepsia da pele, muito embora sua utilização em cuidados com a saúde já era praticada desde o século XIX. Até então o iodo era considerado um dos mais eficazes antissépticos.

Nos centros cirúrgicos o álcool iodado e depois o Povidine – nas versões alcoólica e degermante – faziam parte da rotina de preparo das mãos da equipe cirúrgica e do campo operatório em muitos centros hospitalares. Era um problema quando pacientes informavam alergia ao Iodo em serviços que não dispunham de outras alternativas.

Se, por um lado, os iodados foram abandonados nos centro cirúrgicos – talvez ainda encontremos o Povidine Degermante em algumas unidades hospitalares – os compostos de iodo para uso tópico vem se impondo como alternativa contra a infecção no tratamento das feridas crônicas. Concentrações apropriadas contornam a toxicidade celular dos produtos convencionais.

Numa consulta à Wikipedia aprendemos que:

    • O iodo é um elemento químico essencial. Uma das funções conhecidas do iodo é como parte integrante dos hormônios tireoidianos. A glândula tireoide fabrica os hormônios tiroxina e tri-iodotironina, que contém iodo. A deficiência de iodo conduz ao Hipotireoidismo de que resultam o bócio e mixedema.
    • Deficiência de iodo na infância pode originar o cretinismo, ocasionando um retardo mental e físico.
    • O excesso de produção de hormônios na tireoide conduz ao hipertireoidismo.
Iodo
Fonte:https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/iodo/

Controvérsias

Controvérsias em torno do POVIDINE existem. Trata-se da povidona-iodada reconhecida por seu amplo espectro de ação antimicrobiana. Entretanto, as soluções iodadas usadas em décadas passadas (tipo tinturas de iodo), além de eventos alérgicos locais e sistêmicos, também provocavam pigmentação na pele e indesejável toxicidade celular.

Nas apresentações atuais as concetrações de iodo livre a baixa e de liberação lenta, minimizando assim a toxicidade celular o os outros efeitos negativos para a cicatrização, sem perder seu poder antimicrobiano.

Na realidade, não fazemos uso rotineiro da POVIDINE e outros compostos iodados na formato líquido no tratamento das feridas crônicas; pessoalmente, no primeiro curativo de feridas intensamente infectadas, especialmente nos pés de pacientes diabéticos, lavamos exaustivamente as lesões com POVIDINE diluido em soro fisiológico(SF), seguido de abundante irrigação apens com o SF.

Iodosorb no tratamento das feridas crônicas infectadas
Bisnaga de IODOSORBTM de 10g

Nossa intensão neste post é comentar um pouco de nossa experiência com o IODOSORB da empresa Smith&Nephew.

Informamos que não temos qualquer conflito de interesse relacionado ao produto.

O Iodosorb é uma pomada composta por microesferas de amido – quimicamente, um cadexómero – acrescida de iodo a 0,9%.

Enquanto o composto de amido atua como um absorvente que vai agir no controle do exsudato, o iodo vai sendo gradualmente liberado para o ambiente da ferida e exercendo suas atividades bactericidas e bacteriostáticas.

Só utilizamos o Iodosorb em feridas que apresentam evidências de infecção.

Nossa experiência com esse produto tem sido muito positiva.

Nunca utilizamos mais do que uma bisnaga de 10g em uma única aplicação e descontinuamos o uso tão logo desapareçam as evidências de infecção.

A dificuldade de encontrar o produto nas farmácias convencionais e o preço são as limitações mais comuns enfrentadas pelos pacientes.

Como de costume, recomendamos a leitura cuidadosa das informações fornecidas pelo fabricante AQUI.

Finalmente, na situação pandêmica que estamos vivendo, as notícias assustadoras de superbactérias que nos ameaçam por sua resistência aos antibióticos até agora produzidos, não há ainda nada publicado que mostre resistência desses microorganismos aos compostos iodados nas concetrações apropriadas.

Autor: JOSE AMORIM DE ANDRADE

Médico. Especialista em tratamento de feridas crônicas dos membros inferiores. Leitura e fotografia seguem juntos por onde vou.

Uma consideração sobre “Iodosorb”

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